quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Recepção dos calouros

Sejam bem vindos calouros de Engenharia Ambiental!

O DCE, CA's, o NUAPE e todos os envolvidos estão preparando a primeira semana dos novos alunos.

No dia 04/12 a partir das 13h, o CAEA irá na sala de aula conversar com os alunos sobre o curso, a estrutura física da universidade, professores e ouvir as um pouco das expectativas dos novos alunos. Será  um bate-papo entre calouros e veteranos para tentar esclarecer dúvidas e ouvir opiniões e sugestões. 

No mesmo dia, a partir das 15h30min acontecerá a "CALOURADA". O evento está recheado de atividades culturais, música e gincanas. Para o vencedor da calourada, a premiação será um churrasco pago com o dinheiro arrecadado no evento (logo, levem dinheiro no primeiro dia de aula, pois a turma que arreacadar o maior valor já sai na frente na pontuação da gincana).

Para os Calouras de Engenharia Ambiental estamos preparando o trote solidário, no qual os calouros irão ajudar no plantio de mudas de arvores nativas para a recuperação de uma área degradada. 
Outra atividade a ser desenvolvida é a  "Bicicletada Ecológica -Trote Legal", esta vai acontecer na manha do dia 06 de dezembro de 2012, sendo umas das atividades da ambientação dos calouros.


Na quinta-feira (06/12) teremos a "Multirão bar em bar", onde os veteranos sairão do centro da praça e levarão os calouros para conhecer os bares de Campo Mouirão.

"Multirão bar em bar"

Saída: Praça (no coreto) 19:00h

1º bar 19:00h:Bar dos amigos
2º bar 20:00h:Alambique
3º bar 21:00: Bar do Italiano
 
E pra não faltar mais nada, teremos ainda uma festa no mesmo dia no  Ópera Hall. Em breve divulgaremos mais informações sobre a festa.

00:00h: Partida para o Ópera Hall  
 
Lembramos que tanto a Calourada quanto o trote solidário valem certificados de horas para atividades complementares.

 


Att.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

APEAM recebe prêmio de destaque no 5º Prêmio CREA de Qualidade.

Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais (APEAM) recebe prêmio de destaque pela evolução obtida entre os anos de 2011-2012 no 5º Prêmio CREA de Qualidade.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Repercussão do II Sarau UTFPR

Uma versão preliminar deste texto foi publicada no jornal "Correio do Cidadão", de Campo Mourão, na edição do dia 30/10/2012. Reflexões que passo a compartilhar com todos aqueles que, assim como eu, se preocupam com uma universidade que seja mais humanística e menos mercadológica e tecnológica, apesar de seu nome.
O autor, Elio Gonzalez é  historiador e professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR/Campo Mourão, coordenador da "Semana da Consciência Negra" e coordenador do projeto de Extensão "Uni(di)versidade Cultural: Cultura e Diversidade em Debate" (MEC/PROEXT/UTFPR).
Lia o texto a seguir:
A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA. A GENTE QUER BEBIDA, DIVERSÃO E ARTE!
No sábado passado (27/10), professores, alunos e a comunidade em geral de Campo Mourão tiveram a grata oportunidade de testemunhar um importante capítulo da história da UTFPR: o Sarau, evento cultural que proporcionou uma agradável tarde e trouxe vida ao afastado (e geralmente desértico, nos finais de semana) câmpus universitário da UTFPR. É a terceira vez que o evento é realizado nos últimos doze meses, tendo sido iniciado, heróica e de maneira autônoma, no final do ano passado, por iniciativa dos próprios estudantes. Como nos encontros anteriores, nesta ocasião, form os alunos do curso de Engenharia Ambiental que arregaçaram as mangas e decidiram quebrar a monotonia das tardes de sábado no câmpus, promovendo um evento que teve mostra fotográfica, varal de poemas, teatro e muita, muita música. O evento se iniciou por volta das 16hs, com o rapper Renan (R.N.A.), de Campo Mourão. Não acompanhei desde o início, mas tive a oportunidade de testemunhar um pouco deste ambiente culturalmente heterogêneo. Quando voltei para casa,, já passavam das 22 horas, e a festa seguia animada no palco improvisado montado num gramadão atrás do ginásio Belin Carolo, no interior do câmpus. Por ele, passaram bandas de rap, reggae, blues, rock e tantos outros ritmos (alternativos ou clássicos) que há décadas exercem grande grande fascínio e influência entre ativos e engajados jovens universitários. Em que pese a ameaça de uma forte tempestade que começou a se desenhar no horizonte (por volta das 20hs), os estudantes seguiram firmes por lá, resistindo aos primeiros pingos que, pela graça de Orfeu, deus grego das Artes, não chegaram a se concretizar em chuva, garantindo a festa.
Colocado em retrospectiva histórica, o que haveria de “inédito” no (significativo) fato de estudantes universitários promoverem cultura? A pergunta é absolutamente necessária. Afinal, cultura e universidade sempre foram dois irmãos siameses, que nascem e se desenvolvem juntos, inseparáveis. Mesmo em momento mais críticos da nossa história recente, como na Ditadura Militar, a universidade operou como um espaço quase que autônomo de produção crítica que se materializava através da arte, subsidiando a reflexão sobre a realidade que estava vedada a outros meios (imprensa, jornais, movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, etc). Muito da produção de resistência ao regime ditatorial instaurado em 1964, bem como inúmeros movimentos em prol da redemocratização (1985) deram seus primeiros passos no interior das universidades. E não foram poucos: o CPC da UNE, o Cinema Novo, o Teatro de Vanguarda, o Pasquim, os Festivais (onde surgiriam Chico Buarque, Caetano, Gil, Capinam), os primeiros embriões das Diretas Já!... E mesmo hoje, em meio à avassaladora massificação cultural que grassa pelas rádios e TVs do país, as universidades permanecem sendo uma importante referência para aqueles que desejam construir algo de novo, de diferente, livre das amarras e limites estabelecidos pela indústria cultural e pela grande mídia, resistindo através de seus espaços culturais autônomos, teatros públicos, projetos de Extensão socialmente engajados (e deveria ser diferente?), rádios comunitárias e movimentos estudantis, entre outros.
Neste quadro, por repetido que possa parecer, é bastante expressivo pensarmos iniciativas como aquela feita pelos estudantes da UTFPR. Estes estudantes, futuros engenheiros deste país, no fundo, conscientemente ou não, parecem contestar e rejeitar a idéia (dominante entre alguns círculos) segundo a qual a UTFPR teria uma “vocação tecnológica”, e que esta vocação estaria acima de outro conceito primordial (e que, na verdade, o antecede), que é o de “universidade”. Universidade é universo. É um conceito amplo onde cabe muita coisa: o mercado de trabalho, a pesquisa científica, a inovação tecnológica, as necessidades do capital... Mas no conceito “universidade”, também cabem outros adjetivos fundamentais, mas que muitas vezes são desprezados (de forma intencional) numa conjuntura neoliberal onde tudo se transforma em mercadoria, e seu valor e importância passa a ser estabelecido de acordo com a possibilidade de se cotá-los e vendê-los no mercado. Universidade é ciência, é mercado, mas é também cultura, diversidade, palco de lutas por direitos sociais, espaço da reflexão crítica sobre o presente, suporte histórico da transgressão das verdades e da moral estabelecida e incontestáveis numa determinada época... Em suma, a universidade é também espaço da produção do novo. Por isto que, em contextos altamente massificadores, como o atual, a universidade deve se apresentar como um espaço – às vezes, o único que resta – da construção de novas alternativas e experiências. Se hoje, como estudantes, os alunos não puderem refletir criticamente e produzir questionamentos sobre os processos sociais e tecnológicos, amanhã, como assalariados e dependentes dos critérios de excelência e produtividade estabelecidos pelo capital é que não poderão mesmo. Por isso considero tão simbólico e vejo, esperançoso, que nossos futuros “engenheiros”, conscientemente ou não, ao agirem a favor da ocupação das tardes de sábado em prol da construção de espaços alternativos de reflexão e cultura, parecem estar rejeitando um modelo de universidade baseada apenas na repetição de números, estatísticas, fórmulas, cálculos e teoremas, ou seja, das verdades científicas estabelecidas de antemão, onde desaparece o homem e sua capacidade de questionar verdades canônicas.
Mas nossos estudantes querem mais do que números e resultados exatos. Eles querem a subjetividade da vida. Querem poesia. Querem completar algo que a produção acadêmica, a boa colocação no mercado de trabalho, a pesquisa científica, as patentes e o lucro jamais poderão preencher. Os mesmos engenheiros ambientais que no futuro ajudarão a produzir nosso alimento já se aperceberam de outra necessidade: o mundo não precisa só de comida. O mundo precisa de diversão e arte, de prazer e subjetividade, como sugere a conhecida canção do conjunto Titãs.
Quem convive no cotidiano da UTFPR/Campo Mourão sabe o quanto isto pode ser transgressor. Nossa universidade ainda precisa avançar muito na produção de espaços culturais alternativos. E me refiro não apenas a espaços “físicos”, mas também das apropriações simbólicas. É claro que, de acordo com as justificativas mais evocadas, devemos considerar que a UTFPR é uma jovem universidade federal, ainda que para efeito de História reivindique uma inadequada e pouco efetiva presença centenária. Desde 2005, quando foi efetivamente criada, a UTFPR cresceu muito em extensão e importância, mas ainda esbarra no obstáculo erroneamente erigido em torno da idéia de sua “vocação tecnológica”. O câmpus de Campo Mourão, por exemplo, foi criado na metade dos anos 1990. Seus blocos e salas de aula são novos, porque construídos apenas em anos mais recentes. É um câmpus novo, de concepção arquitetônica bastante simples e previsível. Eu costumo brincar com alguns colegas dizendo metaforicamente que o longo corredor que dá acesso aos blocos principais se assemelha a um “brete”. O brete é aquela estreita passagem, geralmente de madeira, por onde passam individualmente o gado para fins de vacinação, marcação com ferro quente, etc. Evidentemente, meu comentário não visa desqualificar os engenheiros que planejaram a construção do câmpus, mas aponta um de concepção e de comportamento: a UTFPR/Campo Mourão não possui esquinas, e se você parar para conversar, refletir e até “confabular” algo de diferente para aquele espaço, certamente acabará atrapalhando a passagem dos outros, correndo o risco de ser xingado por isto. Ninguém quer atrapalhar o passeio público e quebrar a rotina, como ironiza Chico Buarque em sua música sobre o operário que cai da construção numa cidade concebida de modo cartesiano (“Construção”). E a UTFPR é assim: não há espaços de aglomeração de estudantes. Sim, aqueles, onde a cultura e a arte de vanguarda geralmente costumam florescer livremente. Não há espaços culturais públicos, nem concha acústica. Não existe um parque onde os estudantes possam namorar, tocar violão e tirar um cochilo depois do almoço. Também não há bares em seu entorno, porque a universidade foi concebida como um espaço isolado da cidade que segue reafirmando seu isolamento. Não isolamento físico, mas simbólico. Ainda é uma universidade distante das demandas e anseios da sociedade na qual se localiza. Quase não desenvolve projetos de Extensão. Firma importantes e rentáveis parcerias com empresas da cidade e região, mas não apresenta o mesmo ímpeto para tratar do lixo, da rede de saneamento, do reflorestamento, da pequena agricultura familiar e da reeducação alimentar da população pobre da cidade. São ainda muito poucas as iniciativas neste sentido para uma universidade que, apesar disto, já se propõe a ser uma referência tecnológica para a cidade e região.
A UTFPR é uma jovem universidade que se coloca como uma vanguarda tecnológica, mas sequer consegue prover seus estudantes da crítica social e daquela importante atmosfera onde surge o pensamento livre, as grandes teorias filosóficas, as alternativas e o comportamento transgressor tão necessário à mudança histórica. Mesmo se justificarmos se tratar de uma universidade ainda jovem, ela apenas se assemelha a um prédio vazio à espera de moradores. Novo em folha, cheirando tinta, mas sem vida, sem o colorido e o barulho que é tão peculiar e necessário à vida acadêmica. Do ponto de vista gerencial, tudo funciona como deveria ser, de forma cartesiana. Mas ainda nos falta poesia. Faltam os grafittis. Faltam os acordes dos violões que ensaiam as primeiras melodias de Raul Seixas, Renato Russo e Beattles - sons tão marcantes na formação universitária até mesmo de um jovem do interior do país, como eu. Faltam os murais, as pinturas. Falta o colorido e a plasticidade que dá a certeza de que ainda estamos vivos e resistindo à massificação e repetição que tende a tornar tudo cinza, uniforme e sem graça, sem vida, sem gosto.
Nossos alunos, futuros engenheiros ambientais e outros (simpatizantes de seu movimento) estão de parabéns porque mesmo sem perceber estão conseguindo lutar contra um paradigma cartesiano e contra a massificação que tem tomado conta do amplo conceito de “universidade” no Brasil pós-neoliberal. Estes estudantes estão ressignificando e criando seus próprios espaços onde exercem novas práticas e outras formas de apropriação física e simbólica. Com brilhantismo, conseguiram aliar a criatividade humana com a segurança metódica da engenharia, “reinventando” e replanejando um espaço aparentemente inócuo – o gramadão insignificante e perdido atrás do ginásio -, transformando-o em seu espaço de convivência e arte, soberania e luta. Deve ser por isto que já no primeiro Sarau, ocorrido no final do ano passado (2011), mesmo em meio a uma grossa chuva, os alunos permaneceram ali, sem arredar o pé, molhados e cantando a plenos pulmões, prestigiando os poemas que tremulavam nos varais, conversando entre si, fruindo e demarcando seu “direito” à arte mesmo em condições aparentemente adversas. Resistiram à chuva como combatentes heróicos que defendem a todo custo sua trincheira e sua posição conquistada. Sem perceber, estavam demarcando um território simbólico que a cada dia mais lhes pertence, por direito e por necessidade. Agindo desta maneira, estes futuros engenheiros tornam-se produtores não apenas de espaços planejados e prontos para a apropriação capitalista, mas também de espaços soberanos e livres onde flui a criatividade, as expressões individuais e coletivas, o convívio e a luta por alternativas melhores do que aquelas que estão colocadas por aí. E mais do que isto: se hoje a luta ocorre pela demarcação de espaços de cultura, amanhã, poderá ser pela sede própria, pela moradia estudantil, por direitos sociais amplos, por uma sociedade mais justa e igualitária. Uma luta que, recordemos, começou tímida por questões específicas como o preço do salgadinho na cantina; depois, tornou-se baluarte na defesa da educação pública de qualidade durante a greve de 2012; estendeu-se pelo preço do passe estudantil, pela estruturação do R.U., e agora vai ampliando cada vez mais seus horizontes, como o direito à livre expressão, à cultura e à produção de alternativas como forma de combate à massificação. Este tipo de iniciativa feita pelos estudantes da UTFPR nos mostra que ainda é possível sonharmos com o dia em que, neste país, as pessoas não tenham mais que lutar para obter comida e água, mas possam se dedicar à arte, à crítica literária, o prazer e liberdade de expressão, a comunicação e a transgressão. E você aí, tem sede de que?